quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Dor Maior

                                                             






                                                                                 Aos meus Amigos
                                                                                 Fernanda e Benvindo



Haverá maior dor do que a perda de um filho?
Nada nem ninguém nos prepara para isso!
É um amor de pureza original.
Ansiamos e preparamo-nos para o seu nascimento.
Tememos pelas noites em que choram e não sabemos como enxugar as suas lágrimas.
Cuidamos dos seus primeiros passos.
Acolchoamos as ruas e as casas, para que não se magoem.
Um sorriso, apenas um sorriso deles e o nosso coração fica pleno, inteiro de felicidade.
Estamos preparados para os cuidar, amar e proteger.
Mas nunca para lhes dizer adeus!
Como desatar, então, o nó que aperta e sufoca o peito dos pais que perdem os filhos?
Como superar o enorme buraco negro que fica nos  seus corações?
Não sei o que dizer.
E nem me atrevo!
Que Deus os sustente e os ilumine.




Céu



                                                                                  



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Do Fundo do Coração

Janis Joplin, 19 de Janeiro de 1943 - 4 de Outubro de 1970.



Rainha do Rock an Roll


Janis Joplin -  cantora e compositora norte-americana, foi considerada por muitos a "Rainha do Rock and Roll", "a maior cantora de rock dos anos 60" e "a maior cantora de blues e soul da sua geração".

JJ alcançou proeminência no fim dos anos 60 como vocalista da Big Brother and the Holding Company e, posteriormente, como artista a solo, onde foi acompanhada pelas suas bandas de suporte, a Kozmic Blues e a Full Tilt Boogie.

Foi influenciada por grandes nomes do jazz e do blues, como Aretha Franklin, Billie Holiday e Bessie Smith.

Janis fez da voz a sua característica mais marcante, tornando-se um dos grandes ícones dos anos 60.

Problemas com drogas e álcool encurtaram a sua carreira. Morta em 1970 devido a uma overdose de heroína, Janis lançou apenas quatro álbuns: Big Brother and the Holding Company (1967), Cheap Thrills (1968), I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! (1969) e Pearl (1971).
Este último álbum foi lançado 6 meses após sua morte e teve como destaque as músicas "Me and Bobby McGee" de Kris Kristofferson, e "Mercedes-Benz", escrita pelo poeta beatnik Michael McClure.
A canção "Happy Trails" foi feita para dar como presente a John Lennon, cujo aniversário seria no dia 9 de Outubro.

Em entrevista, Lennon contou que a fita chegou a sua casa após a morte de Janis.
Cultivando uma atitude rebelde, Joplin vestia-se como os poetas da geração beat.
 Piece of my heart , do Álbum "Cheap Thriils",  atingiu o 1º lugar nas paradas da Billboard e manteve-se na posição durante oito semanas não consecutivas.
O filme The Rose, com Bette Midler, baseou-se na sua vida.

Hoje, JJ é lembrada pela sua voz forte e marcante, bastante distante das influências folk mais comuns da sua época, e também pelos temas de dor e perda que escolhia para as suas músicas.


                      


 

 

"Posso não durar tanto quanto as outras cantoras, mas sei que posso destruir-me agora se me preocupar demais com o amanhã."
                                                                        (Janis Joplin)
 
                                                                              





Céu

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Poemas com mar ao fundo


                                                                   Luz

Mar da Costa ( Céu, 2012 )








Dai-nos, meu Deus, um pequeno absurdo quotidiano que seja,
que o absurdo, mesmo em curtas doses,
defende da melancolia e nós somos tão propensos a ela!
Se é verdade o aforismo faca afia faca (...) então que a faca do absurdo
venha afiar a faca da nossa embotada vontade,
venha instalar-se sobre a lâmina do inesperado
e o dia a dia será nosso e diferente (...)
Os povos felizes não têm história, diz outro aforismo.
Mas nós não queremos ser um povo feliz (...)
Nós queremos a maleita do suíno, a noiva que vê fugir o noivo,
a mulher que vê fugir o marido, o órfão que é entregue à caridade pública,
o doente de hospital ainda mais miserável que o hospital
onde está a tremer, a um canto, e ainda ninguém lhe ligou nenhuma (...)
Queremos ser o pai desempregado que não sabe que Natal há-de dar aos seus.
Garanti-nos, meu Deus, um pequeno absurdo cada dia,
um pequeno absurdo às vezes chega para salvar.


                                     Alexandre O'Neill, o "Princípio da Utopia"