Nas mãos de um Anjo
PAI
Às vezes,
tantas vezes,
Sempre!
Penso em ti,
ternamente,
Eternamente.
A tua sombra projecta-se
na superfície lisa.
No banco onde me sento.
Os teus ramos já sem folhas,
onde arestas
me aconchegam,
ternas,
eternas.
Às vezes,
tantas vezes
Sempre!
Penso em ti
Agora, quem te falará da "teoria do caos"?
Serão as tardes, às vezes quietas, que me trarão o eco, tão só, dos teus olhos?
Agora, quem me dirá cantando
-filha, minha filha?
E eu:
Pai!
E tu:
- filha (apenas com os olhos)
e eu a proteger-me na tua sombra contra dragões imaginários
E tu, a aconchegar-me no teu peito
Filha!
Às vezes,
tantas vezes,
SEMPRE!
Em dias como o de hoje, sorrimos cúmplices e seguimos para lá do céu.
Céu