Relógio (Céu, 2009) |
Hoje, perdi uma Companheira de estrada.
De luta!
Fica-nos um buraco no peito.
Que dói!
Existe, entre as pessoas que sofrem de cancro, uma solidariedade, um entendimento especial.
Uma compreensão do sofrimento e dos medos.
Da ansiedade e da força positiva que é necessária e que também cansa!...
( Ser positivo não é fácil...é preciso ter força e coragem.
Aguentar! )
Por vezes, os joelhos dobram...
É uma compreensão e solidariedade não dizíveis mas objectivas.
Transparentes, para nós, mas nem sempre alcançáveis por todos.
Por vezes, sabemos, sim nós sabemos, com um simples olhar o que o "outro" sente.
O que o "outro" necessita.
E, até, o que pensa.
Se um companheiro perde esta luta desigual, sentimo-nos derrotados, incapazes, frustrados.
De mal connosco. Como se a culpa também fosse nossa.
Como se deixássemos um camarada para trás.
( Como na guerra! )
A ausência definitiva de alguém que travava uma batalha desigual e injusta, atinge-nos brutalmente.
De repente, é como se tivéssemos também de recomeçar o caminho.
De repente, é como se nos amputassem "um membro".
Algo dentro da nossa alma se estilhaça e é levada aos pedaços não sei para onde.
Talvez vá com quem partiu...
Ficou comigo o teu sorriso, Amiga.
Companheira.
Céu